UTOPIA OU REALIDADE?
Nem todos os jardins são sustentáveis e muitas intervenções na paisagem são prejudiciais ao ambiente, estranho não é? Infelizmente é verdade...
Ao conceber um espaço, ao trabalhar com seres vivos, é fundamental o conhecimento do seu meio.
Os efeitos negativos do uso de algumas exóticas, que revelam comportamentos invasores e que se tornaram prejudiciais à sustentabilidade ambiental, só são reconhecidos quando se tornam muito graves, como a competição com espécies autóctones e a consequente alteração dos ecossistemas e processo naturais.
No entanto, os espaços verdes poderão desempenhar um papel importante nos recursos naturais e na biodiversidade, quando baseados em modelos naturais.
A selecção do material vegetal torna-se assim determinante para concretizar um jardim verdadeiramente sustentável, ao nível da gestão da água, da fertilização e adubações necessárias, assim como nas necessidades de tratamentos no controle de pragas e doenças.
Actualmente, não faz sentido conceber espaços verdes com exigências hídricas muito diferentes da precipitação média do local em questão, da mesma forma que é importante conhecer as resistências das plantas, de forma a assegurar o seu perfeito desenvolvimento e adaptação às condições edafoclimáticas a que estarão sujeitas.
FUNDAMENTOS
Na base do conceito de jardim sustentável estão as espécies autóctones e a importância da caracterização do espaço a intervir, privilegiando sempre a sustentabilidade, a integração na paisagem original e o seu genius-loci, espírito do lugar (“espaço dotado de um carácter que o distingue” - Norberg-Schulz)
Actualmente o cenário de alterações climáticas, a escassez de recursos e a instabilidade ambiental em que nos encontramos, leva a repensar todo o tipo de intervenções na paisagem, nas suas várias escalas.
Desta forma, os novos desafios ambientais, ao nível dos espaços verdes, centram-se principalmente na redução do consumo hídrico, na redução do desgaste do solo e também na minimização da utilização de espécies exóticas, que muitas vezes se tornam invasoras prejudicando o equilíbrio da paisagem.
Os jardins devem ser concebidos como um ecossistema vivo, fomentando a biodiversidade e a gestão equilibrada dos recursos.
A arqOUT concretiza o conceito de Jardim Sustentável, com o rigor científico, a sensibilidade e o conhecimento, após o estudo, investigação e interpretação da paisagem.
JARDINS E PAISAGEM
Os jardins de vegetação autóctone desenvolvem-se ricos em espécies, apresentando diferentes aromas, cores, texturas e floração. Não são espaços sem flor, nem sem qualidade estética, são jardins com menos exigências de água, menos necessidades de mão-de-obra, pesticidas e fertilizantes.
As estações do ano são reveladas pelo estado de desenvolvimento dos vários estratos, e as épocas de floração e frutificação são distribuídas de forma equilibrada ao longo do ano, o que dota cada lugar de uma qualidade cénica única.
A sua integração na paisagem é equilibrada e surge em continuidade com a sua envolvente. O jardim com autóctones contribui para o desenvolvimento da fauna local, permitindo faça parte do ecossistema em que se insere.
Um jardim constituído por vegetação autóctone é mais equilibrado e tem maior capacidade de adaptação às condições naturais, fomentando a biodiversidade, a gestão equilibrada dos recursos e a unidade de paisagem.
DA PAISAGEM PARA O JARDIM
EXEMPLOS DE JARDINS